Educação Física escolar: ressignificando materiais e espaços!
Como todos sabem sou estudante de Educação Física na UFRPE. Por lá o curso é voltado para a licenciatura, portanto exploramos bastante o universo escolar para oferecermos o que há de melhor para nossos alunos nas escolas. Como também é do conhecimento da maioria do povo brasileiro, sabemos que a educação em geral não tem recebido uma atenção, no mínimo, muito adequada por parte dos nossos governantes, tanto é que menos de 10% do PIB do Brasil é direcionado para a educação da sua população e que países que são considerados desenvolvidos direcionam praticamente 1/3 do seu PIB para esse setor tão importante para o crescimento de uma nação. Levando isso em consideração vamos ver como os professores de Educação Física encontram alternativas para aplicarem suas aulas nas condições ofertadas, mais particularmente na rede pública de ensino.Tanto no ensino público quanto no ensino privado os professores de Educação Física encontram dificuldades para elaborar planos de aula adequados às condições de cada escola, seja no aspecto estrutural na ausência de espaços e instrumentos adequados ou no projeto político pedagógico que não contempla a disciplina de Educação Física, muitas vezes negligenciada e encarada como uma subdisciplina das demais perdendo um espaço que é seu.
Dentro desse contexto que limita bastante as possibilidades do professor, ele acaba tendo que desenvolver de forma mais abrangente seu potencial criativo ampliando suas capacidades de adaptabilidade. Entra em cena uma palavra cada vez mais utilizada nos cursos de formação, ou seja, nas universidades: ressignificar. Mas o que quer dizer isso?
Ressignificando
Ressignificar nada mais é do que atribuir uma nova função, um novo conceito, uma nova forma, ou seja, um novo significado para algo que já existe. Um exemplo bem simples, qual a função de uma garrafa pet? Basicamente ela serve para armazenamento de líquidos e alguns sólidos, porém com o auxílio de uma tesoura ou uma faca podemos cortar a parte de cima, na margem superior do rótulo, e confeccionar mini-cones (ou para os mais familiarizados, chapéu-chinês), podemos ainda utilizar tinta ou cobrir com algum tipo de pano para diferenciar as cores. Outro exemplo é a utilização de meias velhas para confeccionar bolas de pano que podem ser utilizadas em várias aulas, e por aí vai, as possibilidades são enormes e quantidade de materiais são inúmeras.
Mas, essa ressignificação não se restringe apenas aos equipamentos utilizados na aula, podemos levar isso para os espaços também. Uma situação bastante comum, principalmente nas escolas públicas, é a ausência de um local adequado para que o professor organize uma aula de forma mais tranquila, ou seja, muitas escolas não possuem quadras. Porém, não é isso que vai impedir o professor de organizar uma aula com um nível cognitivo elevado que garanta maior vivência corporal em seus alunos, assim como maior poder de reflexão diante das situações. Podem ser utilizados pátios, local destinado a construção da quadra (que muitas vezes ainda não foi construída), área externa da escola (com devida autorização transporte dos alunos), assim como espaços alternativos como as praças (também com devida autorização).
Vale salientar que esse processo não deveria existir, ou deveria existir em outros contextos. Uma educação digna é direito de todo cidadão e garantir que ela seja garantida é dever de todo governante. Não só a Educação Física, mas todo o sistema de ensino brasileiro precisa de uma atenção maior. Fica essa dica para uma maior reflexão.
Leia também:
Um forte abraço a todos, acompanhe as notícias do blog.
Comentários
Postar um comentário